Review em Texto – Tarareba

Yo, pessoal! Venho aqui trazer para vocês mais uma review em texto de uma obra que possui apenas um volume. O manga foi recentemente trazido para o Brasil, mês passado, e chegou sem fazer muito alarde em nossas terras tupiniquins.

Trago para vocês Tarareba, um manga que apesar de curto consegue passar muito bem a sua mensagem para o leitor com suas estórias de diferentes pontos de vista que acabam se complementando no fim.

Então, vamos voltar ao passado com Tarareba!

Tarareba foi escrito por Kyo Hatsuki e conta com cinco (5) capítulos encadernados em um (1) volume e foi trazido para o Brasil pela editora Nova Sampa pelo valor de R$ 12, 90. Vale dizer que ninguém do grupo encontrou a obra na internet, então os curiosos deverão comprá-la.

Um aspecto que chama a atenção logo no início do manga é a sua premissa. O manga procura tratar do arrependimento dos seres humanos sobre os seus atos durante a vida. E com isto em mente a autora utiliza o artifício da viagem no tempo. Afinal, quem nunca quis voltar ao passado para reescrever parte de sua história? Mas o preço pago por isso é muito caro. A pessoa terá que trocar esta chance pela segunda coisa mais importante na vida. E aí, o que você faria?

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Como já havia dito antes, o manga possui cinco capítulos, e cada um deles conta a estória de um personagem, sendo as únicas personagens constantes Rinka e Hiten, que realizam a troca. Como já é possível de se perceber, é muito difícil o manga conter uma grande trama ou um grande desenvolvimento de personagens tendo apenas um volume, mas a autora utiliza deste pequeno espaço para montar as estórias de modo que elas consigam passar perfeitamente a mensagem do manga. Com isto, vemos que cada estória é simples, objetiva e eficaz no que quer transmitir. Não lemos nada extraordinário, mas também nada que nos faça querer arremessar o manga de tão ruim durante a leitura. É interessante notarmos que na transição de alguns capítulos há notas de leitores agradecendo que suas estórias foram utilizadas no manga, e devo dizer que há uma boa diferença das estórias mandadas pelos leitores com a da autora. Tem-se um ponto positivo, pois apesar de não serem estórias sensacionais, elas foram bem utilizadas servindo de contraponto e tiveram um sentido maior com a última estória que conseguiu, de certa maneira, englobar todos os acontecimentos do manga.

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As estórias apresentadas no manga vão crescendo em qualidade e o último capítulo consegue fechar Tarareba com chave de ouro.

Diferente das demais, a autora saiu do superficial e conseguiu adicionar “um algo a mais”, e apesar das poucas páginas, conseguiu transmitir toda a situação em que se passava a garota muito bem. Toda a relação dela com sua mãe, a consequência que isso trazia para sua vida escolar e o seu refúgio no templo foram muito bem feitos, principalmente com a adição da história da deusa indiana (quem conhecer entenderá).

Aliás, toda a utilização da lenda indiana foi um ponto bem interessante e acrescentou bastante à obra. A autora usou bem este artifício para conseguir conectar todas as estórias anteriores a esta última, fazendo com que, ao final da obra, nossa visão sobre o manga mudasse completamente, pois Tarareba não é somente um apanhado de estórias sobre voltar ao passado. Percebemos que o manga foi feito para mostrar tanto para Rinka quanto para os leitores a real natureza humana.

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É interessante de se notar no manga que suas próprias estórias acabam se contrapondo. Podemos dizer que os personagens, ou utilizam a viagem no tempo para voltar para um passado recente, ou para reconstruírem todas as suas vidas. O contraponto acontece no tocante de que a autora utiliza suas estórias para nos mostrar tanto o lado positivo como o lado negativo das pessoas. E com os dois lados da moeda expostos, conseguimos perceber vários aspectos da natureza humana sendo muito bem empregados. Aliás, é até errado dizer “da natureza humana”, pois temos uma variável gigantesca de seres humanos e o manga conseguiu deixar isto evidente, nos passando a ideia de que não somos perfeitos, nem monstros errados, mas humanos.

Além disso, no final do manga a estória da deusa Kishimojin é contada com um pouco mais de detalhes, mostrando de onde foi tirada a ideia da deusa e a sua “lenda” original.
Outra “curiosidade” do manga é a oferenda necessária para a realização da troca. As romãs, que são oferecidas para Rinka e Hiten, possuem um significado religioso e mitológico para diversas culturas. Não ficarei expondo todos os significados que encontrei na minha pequena pesquisa, mas para os curiosos recomendo a utilização de uma grande ferramenta chamada google.

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A arte de Tarareba não é nada excepcional, aliás, não é muito diferente daquelas que estamos acostumados a ver nos lançamentos semanais. Um aspecto negativo em relação à arte é a quantidade de quadros brancos num espaço curto de somente um volume. Entretanto, um ponto positivo fica para as expressões dos personagens, que conseguem transmitir muito bem os sentimentos de tais.

Um ponto negativo de Tarareba é a não utilização da brecha dada pela premissa. Como escrevi anteriormente, as pessoas trocam a segunda coisa mais importante de suas vidas para poderem voltar ao tempo. Porém, todos os personagens que voltam ao tempo nem ao menos se questionam se vale a pena fazer essa troca, sendo essa falha muito grave, pois a autora nem se importou em jogar no lixo a possibilidade de bons diálogos pela indecisão das pessoas em detrimento de decisões irracionais. Podem vir falar que se trata de um manga de volume único e por isso não cabia essa discussão, porém, a autora fazer com que os personagens sequer questionarem se a troca valesse a pena foi uma decepção.

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Falando agora do manga físico de Tarareba, ou seja, da edição feita pela Nova Sampa, notei que a editora fez um trabalho  parecido das demais editoras aqui do Brasil. O manga possui duas capas diferentes, mas o ponto negativo que fica é terem colocado “Da mesma autora de Love Junkies” na capa. Essa mania que a JBC tem de colocar informações do tipo em seus mangas provavelmente chegou na Nova Sampa por causa do Marcelo Del Greco. A ideia do editorial é chamar a atenção do público que gosta da obra anterior da autora, mas desde quando um autor consegue manter a qualidade de uma obra para outra? Acho que o público não é tão idiota assim de cair nesta falácia, ou será que é?

Continuando sobre a edição da Nova Sampa, percebemos que as contracapas do manga são coloridas, ponto positivo. Porém, o negativo fica para as 10 páginas de propaganda utilizadas no final do manga. Outro ponto negativo foi a ausência de índice no manga, uma coisa tão banal, mas que ajuda bastante o consumidor, principalmente numa releitura. E para concluir, uma coisa que me incomodou em particular foi a fonte da letra utilizada no manga, que me pareceu muito Comic Sans MS, letra amadora e infantil.

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Resumindo pessoal, Tarareba é um manga de volume único que possui uma proposta e a alcança ao final. O problema foi a forma como tudo foi executado, pois somente na última estória o manga consegue conectar tudo e o leitor entende toda a mensagem que a autora provavelmente quis passar. Não acho que a estória deveria ser mudada, mas se a ordem das estórias fosse diferente o leitor conseguiria obter uma maior imersão ao lê-la.

Minha nota final para Tarareba é “7” por ser uma leitura bem agradável com uma mensagem que passa uma boa impressão para o leitor. Não diria que Tarareba é um manga obrigatório, mas se você tiver um dinheiro sobrando vale a pena a compra.

Queremos saber a sua opinião! Então, vote e dê a sua nota para o manga!

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Pessoal, estou com uma ideia de fazer mais reviews em texto de obras pequenas que foram publicadas aqui no Brasil. Gostaria de saber a opinião de vocês sobre o assunto e já adianto que a próxima review será sobre um manga lançado recentemente aqui no Brasil já com certo alarde, mas que não correspondeu às expectativas criadas.

Qualquer reclamação, xingamento, comentário sobre a review ou a obra, por favor, escrevam abaixo nos comentários, mas lembrem-se, utilizem argumentos válidos!

É isso aí pessoal, tentei evitar ao máximo spoilers sobre a obra e espero que tenham gostado da minha review de Tarareba assim como gostei de escrevê-la.

24 pensamentos sobre “Review em Texto – Tarareba

  1. Eu entro a todo minuto no emd para ver se tem algo novo de repente vejo o nome Taraeba pensei que era a tão prometida review de hentai do gutinho.

  2. Continuem, a fazer esse tipo de reviews, gosto de ler obras mais “undegrounds”, otima iniciativa. fiquei com vontade de ler esse mangá.
    Um outro mangá da editora sampa que compro é OLd boy. Alguem do EMD já leu????

      • Valeu vou ver de resisto!!! kkkkk. Poxa infelizmente hoje em dia não há muitos mangás nas bancas que valham a pena gastar o dinheiro. Parece que a maioria começa bem , só pra depois decepcionar. Valeu Estupratom.

    • Barato não tá, visto que no mercado conseguimos achar produto de mesma qualidade por preço inferior. Aliás, os mangas no Brasil estão ficando cada vez mais caros e sem um aumento de qualidade devido. E valeu pelo comentário e ainda bem que pelo menos passei a curiosidade de ler a obra à alguém.

  3. Hum, minha primeira coisa mais importante é minha vida, minha segunda é meu orgulho, e minha terceira é meus sonhos. Então para voltar no tempo eu perderia meu orgulho =/

    • Segundo o manga, não há garantia da pessoa saber quais são as coisas mais importantes para ela. Aliás, há uma estória no manga que demonstra muito bem isso. Ah, valeu pelo comentário.

  4. Gostei do review. Foi mais ou menos o que senti lendo o mangá. Cada capítulo a autora ia variando entre histórias que ao voltar ao passado davam certo no objetivo ou que não adiantava reescrever a história. O último capítulo foi o que achei mais “intenso” da obra. E OldBoy também da nova sampa eu quero comprar. Já li todo o manga na net. Dessa editora tenho também Ikkitousen vol1 e 2 que ainda não li, tirando o ecchi me pareceu em reviews uma boa história, e Hitman que também não li ainda apesar de ter os 3 volumes lançados. O meu mangá de Tarareba teve alguns problemas de centralização de página, alguns balões de falas foram cortados e uma ou ou letra não aparecia, acho que aconteceu isso em umas 3 páginas mas dava para saber o que faltava.
    Não é só da nova sampa que tenho mangás que não comecei ainda, só para deixar claro.

    • Valeu pelo feedback positivo e pelo comentário. Em relação a Ikkitousen, pelo o que vi é uma grande cilada hahahaha. Fica uma dica de ler o primeiro volume na internet das obras que estão sendo lançadas no Brasil antes de comprar, para não adquirir mangas ruins.

  5. Oi… Bem, vim aqui pra pedir desculpas, acho que peguei pesado com o Estupratom. Desculpem-me por tudo, em breve estarei tirando a pagina do ar. Até um dia…

    Att. Gaia

    • hahahahaha mas como comentei acima, não há garantia da pessoa saber quais são as coisas mais importantes para ela, então pode ficar mais tranquilo hahahaha.

  6. Não sei se você quis dizer em relação aos mangas sendo lançados no Brasil ou não. Enfim, aqui no Brasil está sendo lançado 20th Century Boys e Monster, sendo que este último recebe algumas críticas negativas do pessoal do grupo, principalmente em relação ao final. Ainda há outras obras, porém incompletas como: Eden: It´s an Endless World; Sanctuary, que estamos fazendo o scan; Vagabond, entre outras. Em relação a obras completas, temos Astral Project que só tem 4 volumes.
    Em relação aos mangas encontrados pela internet, dê uma olhada neste link: https://ecchimustdie.wordpress.com/ranking-de-obras-seinens/ ; todas as obras que tem nota igual ou maior que 8 são altamente recomendáveis.

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