Comentando: Shigatsu wa Kimi no Uso – Episódios 7 a 9

Olá pessoas do EMD! Aqui é o Markimudkip com mais um Comentando de Shigatsu wa Kimi no Uso. Nos episódios 7 a 9 caminhamos para a primeira competição solo do Arima, o protagonista fracote, após dois longos anos fora do circuito musicais e enfrentando os grandes pianistas rivais, Takeshi Aiza Emi Igawa.

Quem dera a animação fosse sempre assim

Temos primeiramente no episódio 7, a calmaria antes da tormenta. Um episódio sem grandes emoções, centrado em mostrar os traumas e dificuldades de Arima antes da grande apresentação e finalizar a competição interestadual de esportes do colégio, onde tanto a Tsubaki como o Watari acabam desclassificados. Era necessário a ligação dos episódios, mas a narrativa ficou arrastada e vazia, uma pena. Nem mesmo as cenas da Kaori e Arima conversando ficaram boas.

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Shigatsu perde muito em qualidade nos episódios em que não há apresentações musicais e não é por falta de conteúdo, e sim por não conseguir sensibilizar o espectador e aproximá-lo dos acontecimentos, isto é muito claro no primeiro episódio e se repetiu agora. Eu não consegui sentir a frustração e medo do Arima, mesmo que tudo estivesse ali, descrito em gestos, imagens ou palavras e até seu vômito não foi o bastante. O diferencial da história está na maneira como tudo é trabalhado, porque convenhamos, não há nada exatamente novo ou inovador aqui. No entanto, nem tudo é decepção. Aiza e alguns figurantes salvaram a parte final do episódio, demonstrando nervosismo na medida certa nos bastidores e uma postura firme em público, finalizando de forma a instigar-nos a assistir o que vem a seguir.

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E felizmente o episódio 8 vem para salvar a pátria e traz não uma, mas duas apresentações maravilhosas e passamos a conhecer as motivações dos dois rivais e o claro objetivo de superar Arima Kousei. Foram bons episódios, com potencial para mais, e até fiquei satisfeito como foi feita a adaptação em anime, não o bastante, não como foi no mangá. Shigatsu é exagerado e desvia o drama somente quando convém, tanto no mangá como no anime, característica marcante em toda a obra. É um mérito da autora Naoshi Arakawa  e da A1-Pictures conseguir emocionar no momento certo, mesmo deixando bons ganchos de lado, e apesar das falhas do roteiro, Shigatsu passa por elas ao entregar cenas memoráveis no decorrer da história e por essa razão vale a pena assistir, mesmo sem deixar mensagens tão positivas e realistas.

Sobre o episódio 8, Aiza claramente foi melhor tecnicamente, mas o episódio foi da Emi. Apesar de ambos conseguirem alcançar Arima com sua música, Emi foi além, demonstrou paixão, dedicação, doçura, ódio, dor, angústia e solidão (discordo da Kaori, já que em nenhum momento senti tal sentimento em sua música). Tudo foi trabalhado para fazê-la brilhar. A fortaleza inabalável de Aiza foi derrubada facilmente antes mesmo da Emi começar a tocar. Andando pelos corredores, aquele olhar dizia que ela viria para atropelar tudo que estivesse pela frente e mostrar para o Arima o que uma vez ela o viu fazer antes de se perder em seu mundo monocromático. Agora o Arima tem três garotas em seu encalço, fez a Kaori se preocupar com a concorrência, afinal a Tsubaki nunca teve chance mesmo. E pra complementar, usar o Watari como termômetro de boa música é desnecessário, assim como o próprio personagem, descartável.

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E caminhamos enfim para o episódio 9, que curiosamente me fez arrepiar em seus primeiros minutos. Para quem estava prestes a dropar o anime, tivemos um avanço tremendo. Após o sexto episódio, ao meu ver, foram dois episódios mornos que me fizeram perder a paciência e quase desistir de terminar este Comentando.  Não havia muito o que dizer, visto que quase tudo se repetiu em termos de trilha sonora, animação, fotografia, os erros e acertos que comentei, tudo continuou “bom”, sem maiores alterações. Eu queria ser surpreendido novamente, e a Emi conseguiu.

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Emi fez uma entrada triunfal, dramática, encaixando flashbacks interessantes e terminando com quase um amasso final no Arima. Tudo muito bem, muito bom, mas daí em diante, não há continuidade. Chegando a vez do Arima, o episódio decai de seu ápice e entrega mais do mesmo. Já sabemos de todos os traumas causados pela mãe dele, mas agora alguns pontos são explicados, só que a sensação de reiteração excede a paciência. Algo positivo nessa enrolação, é que a dificuldade do Arima parece ainda maior para ouvir sua própria música e colocá-la no piano, sem que isso dependa de sua mãe, Kaori ou qualquer outra pessoa então, vai demorar uma eternidade.

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A tentativa de fragilizar o personagem é a mesma do episódio 4. Sabemos que é necessário mostrar sua dor, medos, e poderia ser feito com novos efeitos, variar. No mangá, o tempo entre um volume e outro se faz necessário a reiteração e no anime também em certas circunstâncias, e eu esperava alguma alteração mais impactante para favorecer a animação e trazer Shigatsu para ser um dos melhores do ano, o que infelizmente não deve acontecer. No mais, um episódio de começo impactante, decaindo até o final capenga, exceto pelo olhar de fúria do Arima. Nos próximos episódios, provavelmente a inconstância prevalecerá, e continuaremos com episódios bons/entediantes e bons/fodas. Até a próxima, flw e comentem!!!Ohys-Raws-Shigatsu-wa-Kimi-no-Uso-09-CX-1280x720-x264-AAC-elsfile.com_001_27026-400x266

9 pensamentos sobre “Comentando: Shigatsu wa Kimi no Uso – Episódios 7 a 9

    • Quando eu falei da ideia de desviar o drama quando convêm é exatamente nessa parte dos mal tratos da mãe do Arima. Muita gente fica com receio de se meter na confusão e a omissão nesses casos acaba sendo comum, infelizmente. O que foge a realidade, é as pessoas em volta do Arima, não o forçarem a fazer terapia, o que seria mais lógico. É muito bonito ver o personagem se esforçando pra superar seus traumas e como se trata de uma obra que não quer seguir um caminho entediante e banal, tenta forçar o trauma ao ponto de enfraquecer o roteiro. O resultado no conjunto fica muito bom, mas as falhas ficam gritantes. Vlw pelo coments

    • Né? o pessoal vê o menino sangrando e ñ faz nada, eles ficam só olhando! a mãe dele devia ter sido presa! ainda bem q ela morreu!

  1. Eu também notei isso, por mais que lá no Japão as pessoas sejam mais frias eu acharia mais lógico alguém chegar lá para interferir pois não era mais só agressão e sim abuso físico. Eu fiquei surpreso também com a forma que vilanizaram a mãe do Arima (o rosto dela quase sempre foi mostrado no anime sem os olhos), por mais que ela tivesse alguma boa intenção no início não consigo ver nenhuma expectativa de redenção dela dentro das memórias do garoto, foi isso que acabou gerando a repetição durante a performance do Arima no episódio 9 (vai ser mais uma competição que vai para o saco) mas não acho isso tão ruim pois explico mais abaixo. Outra coisa que tenho curiosidade de saber é aonde está o pai do Arima, parece que essas obras vindas do Japão têm uma dificuldade de desenvolver o lado dos pais do protagonista, ele também deveria ter uma grande influência sobre o Arima (não li o mangá ainda e estou apenas especulando).

    Eu não me incomodei tanto com o episódio sete pois eu encaro o que aconteceu lá como um período de desenvolvimento e construção de personagem, embora eu concorde que alguns diálogos no início do episódio especialmente sobre o gato poderiam ser reescritos pois não ficaram lá essas coisas. Não dá para o anime apresentar um clímax em todos os episódios ou ficar correndo com a história e jogando tudo na cara de quem está assistindo como a segunda temporada de Psycho-Pass, é necessário episódios de transição e desenvolvimento de personagem. Deu para entender a situação emocional do Arima, para um garoto de catorze anos é uma barra bem dura e o gato pode significar um tipo de gatilho mental para a época que ele vivia com sua mãe, o problema psicológico do Arima não é simples de resolver pois ele ainda é novo e ainda não tem maturidade suficiente para lidar fácil com um problema desse tipo (ele deveria consultar um psicólogo) e seria uma falha do anime se tudo fosse resolvido fácil. Eu tô achando essa série ótima até aqui mesmo com algumas pequenas ressalvas que podem ser releváveis para mim pois o anime tem créditos, só não coloco como melhor do ano pois só vai terminar ano que vem.

    OBS: Acho que se a Madhouse e o Koujina estivessem com esse anime eles poderiam organizar melhor o timing desses episódios, isso eles faziam muito bem em Hunter x Hunter, eles não seguiam a ordem dos capítulos do mangá.

    • Os episódios 5 e 6 não deixam de ser episódios de transição, e mesmo assim foram muito bons mesmo. E não quis falar muito sobre alguns aspectos da relação do Arima com a mãe para evitar spoilers.

      Ps: Eu realmente achei que a A1-Pictures iria fazer algo a mais que no mangá. Uma pena isso. Poderiam dar um up legal pro anime não ficar tão desnivelado de um episódio pro outro.

  2. Bem, o certo seria interromper a mãe de abusar dele, só que geralmente as pessoas que ficam ao redor mais observam que tomam uma ação. Não que seja certo, mas acontece, por isso que considerei natural a situação. Eu já situações como essa acontecerem e as pessoas ficaram paralisadas sem saber o que fazer, claro que alguém podia ir lá e parar ela, mas nem todas nossas ações sao baseadas na lógica e na racionalidade.

  3. Quanto aos episódios em si, uma coisa que prevalece na série é o mesmo que tá acontecendo na outra série que acompanho na temporada, que é Fate; ambas tem episódios muito bons, mas em meio a esses episódios há episódios de transição que quebram o ritmo que estava sendo imposto, só que no caso de Shigatsu o ponto alto são os concertos, que duram no máximo um episódio apresentação (contando já com a do episódio 10 que acabei de assistir, e que foi muito bom), e eles tem nas interações entre os “quatro protagonistas” o foco nesses episódios, o que nem sempre segura perfeitamente os mesmos.

  4. Concordo contigo, Markimudikip. Por isso que nem sempre ser extremamente fiel a obra de origem significa que seja a melhor forma de se adaptar, afinal sao mídias diferentes, com formas de imersão do leitor na obra diferente.
    E se ainda não falei, excelente comentários novamente! Resumiu muito bem as impressões sobre os episódios sem dar muito spoiler, que deve ssr difícil.

  5. E isso é uma coisa que me irritam em obras americanas ou japonesas de quadrinhos. Pro andamento da obra, seria muito mais efetivo dizer que o pai dele estava morto, porque a obra já está terminando, faltando apenas 2 capítulos para o fim, e nada do pai aparecer ou um flashback relevante, porque Porra, tua mulher acabou de morrer, e você não liga pra como seu filho está se sentindo?
    E quanto a não ir à um psiquiatra e terapeuta, eu não consigo colocar mais em obras como um ponto negativo. Vou me explicar. O certo depois de acontecer alguma situação com alto nível de stress que possa levar um indivíduo, de qualquer idade, se levar o mesmo à um profissional preparado pra cuidar dele. Mas culturalmente falando, isso raramente acontece. A maioria vai pela tangente, dizendo que não é necessário, não é tão grave assim, e nunca fazem o que deveria ser o caminho correto. Por esse e até outros motivos, que não reclamo mas tanto sobre isso em obras, porque na própria vida real, o descaso é mais comum. Um exemplo é Batman, que um menino milionário e nujca levaram num terapeuta, mas deixaram viajar pelo mundo pra aprender a esmurrar criminosos e veste uma capa e colante à noite. Brilhante.

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