Primeiras Impressões: Hoshi no Samidare (Lúcifer e o Martelo)

Olá pessoas, aqui é o Piana trazendo minhas primeiras impressões do primeiro volume de Hoshi no Samidare.

 

Antes de tudo, recomendo a leitura do primeiro volume pois o texto conterá um pouco de spoilers.

Esse é um manga que foi lançado nesse último mês de maio aqui no Brasil pela JBC com o título de “Lúcifer e o Martelo”. Eu sei, esse título não soa muito bem, mas escutamos uma palestra da JBC no Fest Comix, e falaram que em todos os mangas são traduzidas todas as palavras do japonês, sem exceção, para uma maior compreensão dos leitores que não são acostumados, como nós, a ler coisas pela internet. Eu acho isso uma boa iniciativa porque faz com que as pessoas que não conhecem muito desse mundo se interessem mais pelo conteúdo, uma vez que entendem ele melhor.

Sem mais delongas, vamos falar do volume 01 de Lúcifer.

Imagine: você acorda numa boa e descobre um lagarto no seu quarto! E mais estranho ainda, o lagarto fala!!! WHAT!? Eu sei, mas essas são as primeiras páginas de Lúcifer, um manga escrito e desenhado por Satoshi Mizukami, e que traz a estória de nosso personagem principal, Yuuhi Amamiya, um universitário antissocial que ao conhecer o lagarto falante Noi descobre que a Terra está prestes a ser destruída pelo Biscuit Hammer, um martelo gigante criado pelo mago Animus. Sendo assim, seu objetivo é achar e proteger a princesa Samidare que é a única que possui o poder para impedir o mago e proteger a Terra.

   

Assim, para impedir esse desastre temos até o momento: Yuuhi Amamiya, o cavaleiro lagarto, que não está nem um pouco afim de entrar nessa luta para impedir a destruição da Terra;  Asahina Samidare, a princesa mal intencionada, que só quer salvar o planeta para que ela mesma possa destruí-lo com suas próprias mãos; e não podemos esquecer do grande Noi, o lagarto falante. Pelo visto muitos personagens ainda aparecerão, vide o último capítulo desse primeiro volume, mas isso não nos interessa no momento.

As primeiras impressões que temos de nossos protagonistas são, basicamente, que Yuuhi é um universitário que mora sozinho, não tem amigos e que não gosta de viver, enquanto Samidare é uma adolescente lunática que quer destruir a Terra. Ambos são os únicos que enxergam Noi e ambos possuem anéis que são a fonte de seus poderes, pelo menos no caso do Yuuhi. Eles não parecem ser lá grande coisa, mas pensando que eles tem que salvar a Terra, até que aparentam ter grande potencial, este que provavelmente será desenvolvido no decorrer da estória.

Um ponto que gostei muito nesse primeiro volume foi o primeiro desafio enfrentado por Yuuhi, pois o personagem cria coragem para quebrar as amarras que o prendiam ao passado, sendo mais especificamente em relação ao seu avô. Este restringia demais Yuuhi por causa de seus ensinamentos extremistas que doutrinavam o personagem principal a achar que todos os humanos são lixo e que irão te trair, assim, o autor criou um personagem isolado, em todos os sentidos da palavra, e também crível por conta da situação exposta.

Além disso, é interessante perceber que Yuuhi só se aliou a Samidare no começo para poder ter um outro alguém para puxar suas cordinhas que não fosse seu avô, mas de novo ele mostra um crescimento ao colocar a sua vontade em primeiro lugar e não o comodismo de ser comandado por alguém.  

Lúcifer é uma estória não muito grande, conta com 10 volumes, e é provável que o desenvolvimento dos personagens seja rápido assim mesmo. Porém, não acho que isso será ruim, nem que se torne um ponto negativo, espero.

Falando um pouco do manga em si agora, a arte de Lúcifer me lembra muito “arte shounen” mesmo ele sendo considerado um seinen, mas não é a arte que define o tipo do manga, né? Ele possui um traço bem redondo, que mesmo não sendo dos melhores, acho que cai bem no manga, principalmente porque ele usa bastante de comédia e o traço combinou muito bem.

     

Aliás, é uma comédia que particularmente gostei nesse primeiro volume, pois é bem sutil e não é nada exagerado tá bom só um pouquinho na questão de mostrar as calcinhas da Samidare. E além disso, ele também possui alguns momentos mais sérios e mesmo assim o traço não se perde, ele ainda continua combinando bem. O enredo também foi bem trabalhado nesse primeiro volume, nada de espetacular, mas foi bom,o que tornou a leitura bem fluida e gratificante.

  

Um ponto interessante da obra é a forma como o autor desconstroi e satiriza alguns dos cliches shounens, como o herói com motivação inabalável, a heroina sensível e correta, o vilão e principalmente a apresentação do conflito. A comédia satirizando esses padrões dos shounens de fantasia foi um dos principais fatores que conseguiram prender minha atenção.

Antes de finalizar gostaria de comentar que  achei o volume de Lúcifer muito bem feito. Ele não está no nível de Thermae Romae, mas tem qualidade superior a grande maioria dos mangas lançados no mercado e possui várias páginas coloridas no começo. Recomendo para quem puder dar uma olhada na banca.

Por fim, gostaria de dizer que gostei de ler Lúcifer, pretendo continuar comprando, e possivelmente num futuro, quem sabe, saia uma review no site. Valeu por todos que leram até aqui, e comentem embaixo o que acharam do texto e se o manga interessou vocês. Obrigado e até a próxima.

 

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